A porta não abre. Mas veja bem, uma delas não está impedida: posso espichar o braço e alcançar o que quiser. Além do mais, ali ficam apenas os casacos. Faz calor na rua. Isso me fez pensar o quanto a adaptação a qualquer coisa pode ser mais suave do que impomos, que a resolução de um problema chato pode estar em um espichar de dedos. São em pensamentos assim que me fixo quando bate aquela vontade de… nada. Que se eu me mexer um pouco, a inércia e a preguiça param de existir por um tanto. Que se eu mudar as coisas de lugar, da forma imperfeita e possível, eu já não vou mais estar naquela mesma posição, e isso já é melhor que segundos antes. Nos dias em que a proatividade escorrega pra debaixo da cama, eu tento me convencer de, ao menos, tentar tentar (assim mesmo, com a tentativa repetida). Uma porta não abre, mas sempre existe mais de uma.