Eu nunca tinha sonhado andar de balão. Lembro dos olhos marejarem à medida que ele subia, cruzando os cafezais e os morros e as casinhas que se apequenavam. O céu era tão, tão azul, que doía. É estranho sentir dor quando não cabe? Acho que era dor de entender ser finito, e que logo meus pés estariam firmes no chão, mesmo querendo voar. Andar de balão é entrega, é deixar o destino pro fogo e pro vento. É arcaico, é místico, mesmo também sendo lógico. É impreciso. Voamos por mais tempo do que o planejado, pousamos no meio da estrada. É imperfeito. O tecido technicolor contrastando com o cenário bucólico encheu meus olhos novamente. Eu realizei um sonho que não sabia ter.
O que aprendi lá pros lados das Minas Gerais
Sobre a viagem que me fez enxergar o café não somente como dose diária de otimismo, mas também como alimento. Que me ensinou a valorizar cada gota, a amar o ritual, a apreciar com calma. Que me mostrou que alguns goles podem ser o suficiente quando são de qualidade, e que o desperdício não deve ser tolerado. Que café é fruta doce, delicada, e que assim deve ser tratada em todo o seu processo. Que café é fruto de muito trabalho, trabalho pesado, trabalho incansável, que só a paixão explica.
Café energiza, alimenta, inspira. Que lindo foi te conhecer melhor ☕️